sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Segundo Ano de Quedas...

No dia 31 de dezembro de 2001, passei as festas de fim de ano com a família, na bagagem o balanço amargo de 2 vestibulares consecutivos sem sucesso. Perdi os contatos realizados com meus amigos do curso de direito, já havia deixado meus amigos em minha cidade natal, e enfim, o mundo desaba sobre minha cabeça. Como todo empolgado, mentalizei que este ano sim, seria diferente, planejava até abrir conta corrente, cartão de crédito, tudo caso aprovado, seria a carta de alforria, INDEPENDÊNCIA...tudo o que precisava era não ser o centro das atenções, ainda mais de uma maneira negativa como: O REPROVADO.
Me matriculei em um cursinho chamado BIOSFERA, dedicado ao treinamento de estudantes que pretendiam ingressar na área de ciências da saúde, lá encontrei grandes mestres, um deles Mozart, nasceu e morou em Aparecida do Taboado, o clima era intenso. Minha sobrinha, Riselma, galgava uma vaga também, estávamos juntos, no mesmo barco. Conheci novos amigos neste lugar, e logo no primeiro semestre fui fazer uma prova na Universidade de Roraima, Boa Vista, e dessa vez passei perto, eram apenas 30 vagas e eu fiquei em quadragésimo. Deu um gás, no início do segundo semestre presto a prova para a estadual e novamente passo longe, assisto dezenas de amigos passarem na estadual e me vejo solitário persistindo no cursinho.
Neste ano, meu pai inicia um quadro de polineuropatia de membros inferiores, sem diagnóstico da causa real, com queixas leves, no entanto, o alarme de sua saúde começa a dar os primeiros sinais de que algo não andava bem. Um fato novo inicia-se, meu irmão Gilson (o da foto do cabeçalho), médico oftalmologista, já pensava em regressar a Manaus com sua esposa Genise, me fez a proposta de morar com ele ao retornar, e aceitei o convite.
Poucos amigos, sem festas, ainda não decidido e indisciplinado a passar, reprovo nos exames da Federal. Aqui meus amigos iniciou-se um dilema, abandonei o curso de direito, a família em Parintins, desconfortável em morar na casa do meu irmão Rildo sem ajudar nas despesas, envergonhado com os amigos que torciam por mim, e mais, desapontado por não ter provado aos que não acreditavam em mim que seria capaz de passar no curso de medicina.
A vida estava de pernas pro ar, estava mais perdido do que chiclete na boca de um banguela, desacreditado de minha própria capacidade, recebi uma notícia a qual me impulsionou, um amigo de Parintins me informou que em conversa com meu professor (lembram-se Jocifran) de português, disse de sua tristeza de não ter encontrado meu nome no listão dos aprovados, no entanto, era questão de tempo.
Parecia pouco, um único amigo verbalizar seu desejo de bem querência, existiam outros torcedores, mais, nada melhor que seu formador acreditar em sua formação. E agora, pensava nos créditos dados a mim e em meu pai adoecido, lutava contra um cronômetro ao qual fabriquei em minha mente.
E passei as festas de fim de ano (agora de 2002) com minha família novamente, apresentando uma novidade: moraria no ano de 2003 com meu irmão Gilson e sua esposa...a acreditem, foi muito diferente...

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